Sinopse: Uma fábula sobre anjos caídos, sonhos esquecidos, e um menino.
Para você que ainda não gosta do cinema brasileiro, você não sabe o que está perdendo! O cinema brasileiro tem evoluído nos últimos cinco anos com toda fúria possível. Quem é somente ligado na fábrica americana de sonhos (Hollywood), é que não enxerga esse tipo de coisa, e na verdade, não entende muito de cinema. O estilo do cinema brasileiro é doloroso porque trabalha pesadamente com o realismo, ao contrário do americano que trabalha com contos de fadas e o romantismo. Não estou dizendo que o cinema estrangeiro é ruim, não me entendam mal. Eu acho os filmes americanos(a maioria) sensacional, mas tiro o chapéu para o nosso, que está cada vez se equiparando ao deles, mesmo sem miríades de efeitos.
Mas dessa vez vez estou aqui para falar de animações brasileiras de primeira mão. São curtas e contam historinhas interessantes, mas mostram o nosso nível.
Os Anjos do Meio da Praça é uma animação de Alê Camargo e Camila Carrossine, da Buba Filmes.
Em uma das batalhas, entre anjos e demônios nos céus, um anjo (que interessantemente é ao mesmo tempo três, fazendo apologia a santa trindade) é ferido e cai em um vilarejo. Assustados com as criaturas, diferentes de tudo que estavam acostumados a viver, os habitantes decidem trancar os anjos em uma espécie de jaula. Os anos se passam e os anjos são esquecidos, alimentados pelo preconceito e medo daquelas pessoas.
A beleza de Os Anjos do Meio da Praça não está somente na animação, que por sinal possui uma estética com cores belíssimas e personagens, principalmente os anjos, de belos traços. O encantamento está no enredo e argumento que traz uma metáfora tocante sobre o egoísmo e estranhamento capazes de causar o isolamento de quem não é parte de um padrão.
Na teologia, “anjo caído” é o anjo que se afastou do divino. Caiu do paraíso por cobiça e desejo de poder; Lucífer, por exemplo. Porém, não é o caso em “Os Anjos do Meio da Praça”. Aqui, eles lutavam contra os demônios até que são atingidos e caem.
Esse é um dos pontos fortes do filme, que nos reporta a discussão sobre o bem e o mal. Outro ponto é a atitude dos homens frente ao desconhecido: ao ver os anjos, a solução foi trancafiá-los, sem nenhuma ação de aproximação ou reconhecimento. E o terceiro ponto mostra os anjos sendo alimentados com “anseios esquecidos, esperanças fúteis e desejos não realizados”, e engordando por estarem “imóveis na sua falta de expectativa”.
Prêmios:
• Prêmio especial do júri oficial -XXXVIII Festival de cinema de Gramado -- RS
• Melhor Direção e Melhor Curta-Metragem -- IV Brazilian Film Festival of Toronto -- Canadá.
• Melhor Video de Animação - XIV FAM - Florianópolis Audiovisual Mercosul
• Melhor Curta - II Festival de Itapetinga
• Melhor Filme de Animação - Festival Locomotiva 2010
• Melhor curta-metragem nacional de animação -- VI Fantaspoa - RS
• Melhor filme mostra teen --VIII FICI
• Melhor Música - Festival Locomotiva 2010
• Melhor Curta Metragem de Animação - Festival de Cinema de Maringá
• Melhor Direção (Animação) - Festival de Cinema de Maringá
• Melhor Roteiro (Animação) - Festival de Cinema de Maringá
• Melhor Música (Animação) - Festival de Cinema de Maringá
• Melhor Cenário (Animação) - Festival de Cinema de Maringá
• Melhor Personagem (Animação) - Festival de Cinema de Maringá
• Menção Honrosa - I Curta Amazônia 2010
Seleção Oficial:
• Anima Mundi 2010
• Festival Guarnicê de cinema -- MA
• V mostra de cinema de Ouro Preto -- MG
• V Cine Fantasy -- Festival curta fantástico
• VI Mostra Mosca -- Cambuquira -- MG
• XIII Fenart -- PA
• X Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe
Assista o vídeo no Youtube. Clique aqui>> Os Anjos do meio da Praça
Fontes:
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